sábado, 28 de novembro de 2009

Onde tudo começou

Sinto se decepciono, mas eu não me tornei veterinária, eu já nasci assim. Tenho certeza que, no útero da minha mãe, eu já imaginava como faria para salvar todos os animais do mundo. A UFU facilitou as coisas, me tornando apta a exercer oficialmente esse meu lado, e me entregou o diploma de médica veterinária em fevereiro de 2003. Alguns professores deram graças aos céus por terem se livrado da aluna questionadora, briguenta e que se recusava a fazer aulas práticas em animais vivos e fazia um auê por conta disso. Em 2005 terminei minha especialização em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais pelo Instituto Qualittas em SP. Nunca recebi qualquer papel comprovando isso, mas o que aprendi lá me ajudou a salvar inúmeras vidas e serviu para me dar mais certeza ainda de que cães e gatos estão entranhados na minha alma para todo o sempre (amém!).
Da minha infância até hoje (e já são 30 anos) não me lembro de um dia sequer que tenha passado sem a presença e carinho de um bicho. Sempre tive vários e ainda queria mais. Nunca pensei ter outra profissão e hoje não vejo como profissão, mas como uma extensão da minha realização pessoal. Por isso não espere que esse blog seja exclusivamente profissional, cheio de termos técnicos e aparentando uma super veterinária que só se dá bem. Isso aqui é vida real, com erros e acertos, altos e baixos, dias bons e dias ruins. Pacientes que vem e que vão, que nascem e que morrem. E os sentimentos se misturam. Cada animal que passa pelas minhas mãos torna-se um pouco meu e sofro se ele morre. E fico imensamente felize se ele se recupera. Choro de alegria e de tristeza, vibro com os donos e esses sentimentos são meus, intransferíveis e escandalosamente pessoais. É impossível avistar em mim uma linha divisória, sou veterinária em tempo integral e já nasci assim. Mas isso não quer dizer que você deva me ligar num domingo às 3 da manhã só porque seu cachorrinho mudou o lado de dormir.